quarta-feira, 26 de junho de 2019

Efeito analgésico da bromelina do abacaxi é desvendado

Maria Fernanda Ziegler  |  Agência FAPESP



Velha conhecida da indústria farmacêutica, a bromelina – enzima encontrada no abacaxi – acaba de ter seu mecanismo de ação analgésica desvendado.

Pesquisadores da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em estudo apoiado pela FAPESP por meio de um Projeto Temático, descobriram que a bromelina é responsável pela liberação de encefalina – considerada uma morfina endógena – a partir de sua proteína precursora, a proencefalina, que também é encontrada na parede do intestino delgado.

No encéfalo, a liberação de encefalina a partir da proencefalina é bem conhecida pela ciência. Ela ocorre pela ação de proteases específicas – enzimas que quebram proteínas e peptídeos – presentes no tecido cerebral e é uma rota importante para o controle da dor. A encefalina age em receptores opioides, como a morfina.

“É uma questão que nos intrigava: como alguém que ingeria bromelina apresentava resposta analgésica. Sabe-se que essa enzima não pode entrar na circulação sanguínea, uma vez que isso provocaria um choque hipotensor violento, levando o indivíduo à morte [por isso não há administração intravenosa da bromelina para fins terapêuticos]. O efeito, portanto, teria que ocorrer por outro mecanismo, restrito à superfície do intestino”, disse Luiz Juliano, professor titular aposentado da Unifesp e um dos autores do artigo com resultados da pesquisa publicado na revista Peptides.

Juliano conta que há cerca de cinco anos descobriu-se que a proencefalina está presente em outros locais além do cérebro, entre eles o intestino. “Juntamos uma informação à outra e comprovamos com estudos in vivo a participação do conteúdo intestinal no controle da dor”, disse à Agência FAPESP.

Os pesquisadores da Unifesp verificaram, a partir de testes em camundongos, que, ao ingerir a bromelina – encontrada na polpa, mas principalmente no talo do abacaxi –, a enzima libera encefalina, digerindo a proencefalina presente também na parede do intestino delgado. Dessa forma, a encefalina gerada no processo entra na corrente sanguínea e desempenha ação analgésica periférica.

A descoberta abre perspectivas para o estudo da interação entre o conteúdo enzimático do bolo alimentar (e da microflora intestinal) com a parede do intestino na liberação de substâncias bioativas.

Relação entre intestino e cérebro

Os efeitos analgésicos do abacaxi são conhecidos há séculos pelos indígenas nas Américas. Tanto que, conta-se, exemplares da fruta usada para a redução de dor e na cicatrização de ferimentos foram levados para a Europa pelos primeiros navegadores europeus que chegaram ao continente americano.

Séculos depois, verificou-se que a bromelina agia não apenas contra a dor, mas também tinha atividade anti-inflamatória e atuava na quebra de proteínas. Isso permitiu o desenvolvimento de diversos produtos a partir do abacaxi pelas indústrias farmacêutica e alimentícia, para fins digestivos, analgésicos, cicatrizantes ou para amaciar carnes (leia mais em agencia.fapesp.br/28129).

A despeito do sucesso comercial, pouco se sabia sobre a relação dos efeitos analgésicos do abacaxi com seu papel na interface do intestino. As investigações feitas em camundongos pela equipe da Unifesp mostraram que a bromelina age na mucosa do intestino delgado liberando encefalina, que é absorvida e promove ação analgésica.

“A encefalina gerada no intestino atua principalmente na periferia do organismo, onde pode ter propriedades anti-inflamatórias”, disse Juliano.

De acordo com o artigo publicado na revista Peptides, a administração oral de bromelina em camundongos reduziu os níveis de proencefalina em um segmento do intestino delgado (chamado de jejuno) e aumentou os níveis de encefalina circulante.

Foi observada também redução na capacidade dos animais em sentir dor, com o efeito máximo detectado três horas após a administração oral de bromelina (extraída do talo do abacaxi) na dose de 3 mg/kg.

“O curioso foi observar que há um limite. O efeito permanece até certa dose de bromelina e, depois, conforme a dose é aumentada, começa a diminuir até não ser mais possível identificar ação analgésica. Isso ocorre por causa da hidrólise da encefalina, provavelmente no caso de bromelinas comerciais, que não são puras e contêm outras proteases”, disse Juliano.

Para entender melhor essa relação, é preciso compreender como a bromelina decompõe a proencefalina. A bromelina do talo do abacaxi tem alta preferência para quebrar proteínas localizadas logo após sequências de pares de aminoácidos básicos arginina (R) e lisina (K).

Por outro lado, a proencefalina contém cinco sequências de encefalina flanqueadas por pares desses aminoácidos. Após a hidrólise dos aminoácidos, a encefalina é liberada, o que foi confirmado a partir da síntese química de fragmentos da proencefalina tratados com bromelina.

De acordo com o professor Juliano, a preferência da bromelina pelos aminoácidos arginina e lisina, observada inicialmente em estudo de 1999, tem semelhanças com o mecanismo de ação da protease PC2, a principal enzima (convertase) que cliva proencefalina para gerar as encefalinas no cérebro. Essas observações também tiveram a participação do grupo da Unifesp.

“Essa preferência da bromelina pela arginina e pela lisina faz com que ela funcione à semelhança das enzimas específicas no cérebro que geram a encefalina. Nossos estudos mostram que os efeitos de bromelina e morfina são semelhantes. O que não é de se estranhar, pois a morfina age nos mesmos receptores da encefalina. Porém, o neurotransmissor analgésico é produzido de forma endógena no nosso organismo”, disse Juliano.

Segundo o pesquisador, a bromelina pode ainda ser uma ferramenta útil para ampliar o entendimento entre a conexão intestino-cérebro.

“Este trabalho não só explica o mecanismo de ação da bromelina como também nos instiga a examinar a interação do conteúdo intestinal com a parede do intestino, particularmente os elementos enzimáticos. Além dos alimentos, devemos atentar também para a microbiota e seus produtos, que seguramente geram enzimas proteolíticas. Essas podem resultar em respostas fisiológicas de alta relevância, tal como dor e inflamação, e também respostas imunológicas”, disse.


Fonte: Agência FAPESP
O artigo Enkephalin related peptides are released from jejunum wall by orally ingested bromelain (doi: 10.1016/j.peptides.2019.02.008), de Paulo Eduardo Orlandi-Mattos, Rodrigo Barbosa Aguiar, Itabajara da Silva Vaz Junior, Jane Zveiter Moraes, Elisaldo Luiz de Araujo Carlini, Maria Aparecida Juliano, Luiz Juliano, pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0196978119300245.

terça-feira, 25 de junho de 2019

Scorpion


História Natural.
Escorpião (várias espécies).
Escorpião. 

NÃO Scorpionida. (Classe, Arachnida.) Tintura de animais vivos.

Clínico.
  • Salivação.
  • Estrabismo
  • Tétano.

Características.
  • As picadas de escorpião são atendidas com certa quantidade de perigo, especialmente para as crianças.
  • Os sintomas do esquema são de efeitos de picadas.
  • Scorp.
  • Não foi provado nas atenuações.
  • A dor e o inchaço da parte lesada são experimentados pela primeira vez, e os sintomas constitucionais se seguem.
  • Estes incluem sonolência, prostração e possivelmente tétano.
  • O estrabismo foi observado em alguns casos e as pupilas estão dilatadas.

Relações.
  • Compare: Vespa., Scol., Tarent., Apis.

Olhos.
  • Alunos dilatados.
  • Estrabismo leve.

Nariz.
  • Espirros freqüentes.

Face.
  • Trismus

Boca.
  • Saliva abundante.

Abdômen.
  • Meteorismo

Generalidades.
  • Parte mordida muito inchada, com dores violentas que duram de um a três dias.
  • Calor e dor no local mordido, sonolência, espirros, inquietação, depois saliva abundante, meteorismo, depois, trismo ou tétano.
  • Prostração completa.
  • Sempre dores agudas e diminuição da temperatura da parte mordida.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Scorpion



Este remédio homeopático é útil no Alzheimer, Autismo , TDAH , PANDAS e outros distúrbios neurológicos, juntamente com outros policrestos importantes .

  • Estrabismo O estrabismo foi observado em alguns casos e as pupilas estão dilatadas.
  • Tétano.
  • As picadas de escorpião são atendidas com certa quantidade de perigo, especialmente para as crianças.
  • Parte mordida muito inchada, com dores violentas que duram de um a três dias.
  • A dor e o inchaço da parte lesada são experimentados pela primeira vez, e os sintomas constitucionais se seguem.
  • Sonolência, prostração e possivelmente tétano
  • Espirros freqüentes.
  • Enfrente com trismo (lockjaw).
  • A saliva é abundante.
  • Calor e dor no local mordido, sonolência, espirros, inquietação, depois saliva abundante, meteorismo, depois, trismo ou tétano.
  • Prostração completa.
  • Sempre dores agudas e diminuição da temperatura da parte mordida.
  • Tema do remédio escorpião
  • Escorpiões vivem sob as rochas e picam suas presas até a morte por um ataque repentino.
  • Este remédio é usado para crianças com TDAH cujos pais os temem porque são violentos, perturbadores e causam problemas onde quer que estejam.
  • Escorpião é usado para crianças que são violentas se provocadas ou apenas por diversão.
  • Usado para crianças cujos pais temem ser prejudicados pela criança
  • Usado para crianças que não têm consciência e compaixão pelo sofrimento dos outros.
  • Essas crianças são destacadas, como a solidão, podem atacar se incomodadas
  • É diferente de dor ou prazer.
  • Remédio de escorpião é usado para crianças impossíveis que não podem aprender e são perturbadoras.
  • Pode haver danos genéticos, de um dos pais ser picado por um escorpião.
  • Essas crianças podem ser extremamente violentas , ferindo os outros apenas por diversão.
  • Eles podem ser maus sem consciência.
  • Os pais dessas crianças muitas vezes temem danos corporais de crianças Escorpião ou que estão caminhando para uma vida de crimes violentos.
  • As crianças são desapegadas, gostam de ficar sozinhas.
  • Indiferente a prazer ou dor, a opinião de outros deles ou a responsabilidade.
  • Eles se sentem removidos das demandas da sociedade.
  • Eles vivem em um isolamento auto-imposto, onde constroem uma loja de ódio.
  • Eles vêem o mundo como se estivessem olhando através de um buraco nas rochas.
  • Suas mentes ficam em branco quando se concentram e não conseguem pensar em mais de uma coisa de cada vez.
Fonte: homeopathy for women

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Como bactérias quase mortas por antibióticos podem se recuperar – e de quebra ganhar resistência



Uma proteína que bombeia produtos químicos tóxicos de células bacterianas de E. coli pode ganhar tempo até que micróbios quase mortos se tornem resistentes a antibióticos. A proteína, conhecida como bomba de fluxo de múltiplas drogas AcrAB-TolC, não funciona bem o suficiente para derrotar os antibióticos. Mas pode eliminar moléculas antibióticas em quantidade suficiente para permitir a produção de proteínas de resistência real em células bacterianas, relatam pesquisadores na revista Science em 24 de maio.

Os cientistas sabem há décadas que os genes de resistência a antibióticos são frequentemente transportados em pequenos círculos de DNA chamados plasmídeos. Duas bactérias que entram em contato umas com as outras podem passar esses plasmídeos de células resistentes a antibióticos para células mais sensíveis. Mas isso acontece quando os antibióticos não estão por perto para matar células sensíveis.

A sabedoria comum afirma que o tratamento de bactérias com antibióticos deve parar as bactérias no ato de trocar genes de resistência a antibióticos, diz Kim Lewis, microbiologista da Universidade Northeastern, em Boston, que não participou do estudo.  Pelo menos, “ontem, isso é o que eu teria dito a você”, diz ele.  “Hoje, depois de ler esse documento, tenho que mudar meus pontos de vista.”

O geneticista bacteriano Christian Lesterlin, do CNRS-INSERM, da Universidade de Lyon, na França, e seus colegas queriam saber mais sobre como as bactérias passam a resistência aos antibióticos uma para às outras.  Os pesquisadores programaram geneticamente a E. coli para produzir proteínas fluorescentes que permitiram que a equipe assistisse ao microscópio em tempo real enquanto as bactérias trocavam os plasmídeos e produziam proteínas resistentes aos antibióticos.




No vídeo: Pesquisadores capturaram bactérias E. coli no ato de se tornarem resistentes ao antibiótico tetraciclina. Algumas bactérias já continham um pedaço circular de DNA, chamado de plasmídeo, que carrega genes de resistência a antibióticos. Essas células resistentes (verde) passam o plasmídeo para células sensíveis (vermelho). Depois que o plasmídeo é transferido (pontos amarelos), as bactérias sensíveis começam a produzir proteínas que tornam os micróbios resistentes ao antibiótico. As bactérias ficam cada vez mais verdes à medida que se tornam resistentes ao antibiótico.

As trocas acontecem rapidamente. Dentro de três horas, cerca de 70% das E. coli sensíveis se tornaram resistentes ao antibiótico tetraciclina, descobriu a equipe de Lesterlin.  Quando a tetraciclina foi adicionada às bactérias, cerca de um terço dos micróbios que ainda eram sensíveis também se tornaram resistentes à tetraciclina.  “Isso foi muito, muito surpreendente”, diz Lesterlin.

Uma vez que as bactérias obtêm o DNA plasmidial, elas ainda precisam ativar os genes de resistência e produzir as proteínas que acabam combatendo os antibióticos – neste caso, uma proteína chamada TetA que bombeia a tetraciclina para fora das bactérias.  A tetraciclina bloqueia a produção de proteínas, portanto, quando a droga está por perto, as bactérias que ainda não produziram a TetA estarão quase mortas e não deveriam poder aproveitar os genes de resistência recém-adquiridos, diz Lewis.

Mas a maior parte das bactérias mortas ainda está um pouco viva graças à bomba de proteínas de múltiplos fármacos – pelo menos o suficiente para que algumas proteínas TetA, que exportam todo o antibiótico e, finalmente, devolvem os micróbios à vida plena, descobriram os pesquisadores.

A bomba de múltiplas drogas também ajudou as bactérias a permanecerem vivas por tempo suficiente para desenvolver resistência a outros antibióticos. A desativação ou remoção dessa bomba impediu que as bactérias desenvolvessem resistência.  Drogas que desativam essa proteína da bomba podem impedir a propagação da resistência a antibióticos através de plasmídeos.  Mas essas drogas ainda não são seguras para uso em pessoas, diz Lesterlin.

“Não há boas notícias para o bem-estar humano” no estudo, diz ele.  Ainda assim, “é melhor conhecer seu inimigo e que tipo de arma ele tem”.

Fonte:  [ScienceNews] Site Só Científica

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Hidrogel de gengibre criado por pesquisador brasileiro evita amputação em diabéticos


O hidrogel possui 95% de eficácia e está previsto para ser comercializado ainda neste ano.

Carlos Cleomir de Souza Pinheiro, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), desenvolveu, após 20 anos de estudos, um hidrogel à base de gengibre amargo que é capaz de evitar amputações das extremidades em pacientes que sofrem de diabetes. De acordo com o pesquisador, o medicamento chegará ao mercado ainda neste ano.

O hidrogel foi testado em 27 pacientes diabéticos que sofriam com úlceras nos pés indicadas para amputação — e alcançou a cura em 95% dos casos. Segundo o pesquisador, a cura se dá a partir do potencial cicatrizante, anti-inflamatório, analgésico e vasodilatador que o gengibre amargo oferece.

Para produzir o fármaco, Pinheiro criou a Biozer da Amazônia, empresa incubada no INPA, visando produzir o gengibre amargo e viabilizar a chegada do hidrogel ao mercado. Este resultado é fruto de uma parceria entre a Unicamp, a Faculdade de Medicina do ABC, a Universidade Federal do Amazonas, a Universidade do Estado do Amazonas e a Fundação de Controle da Oncologia do Estado do Amazonas.

Conforme o pesquisador, a comercialização do produto está prevista para o final deste ano, após a liberação da Anvisa. [Hypeness].

Fonte: Site Ciencianautas / Por Giovane Almeida